Questão 2
Ubirajara T Schier
2. Quais são as principais características da teoria do conhecimento em Hobbes e Locke. Faça uma comparação entre elas, apontando semelhanças e diferenças.
Quanto a teoria do conhecimento, ambos defendem que a origem de todo conhecimento advém única e exclusivamente da experiência sensorial e de que o único conhecimento que os seres humanos podem ter é a baseado em suas experiências. Verificasse essa semelhança quando que para Hobbes, a mente humana é desprovida de qualquer representação anterior à experiência; Já Locke utiliza a metáfora de Aristóteles onde a mente/consciência é similar à uma tábula rasa, desprovida de qualquer conhecimento inato, ou seja, algo a ser preenchido por meio das experiências.
As diferenças entre os filósofos encontram-se em função de como as representações, ou o conhecimento em si, se cria, se mantém e como é compartilhado entre os homens a partir de suas experiências particulares.
Hobbes é considerado o primeiro materialista moderno, pois encontra na matéria e nos efeitos dos movimentos dos corpos a explicação da realidade. Os indivíduos para Hobbes teriam o mesmo comportamento dos átomos e, a sociedade, a junção deste átomos. Dessa forma, os fenômenos da realidade poderiam ser compreendidos como a movimentação destes átomos nas moléculas. Dessa forma, tudo o que ocorre no exterior é captado na forma de movimento e processado pela mente que organiza por meio da linguagem o conhecimento acerca do fenômeno percebido. Em seu esquema de representação da realidade, a experiência em si é consolidada como conhecimento a partir dos movimentos produzidos pelo fenômeno, que são primeiramente captados pelos sentidos físicos; em seguida ocorre a percepção, que consiste na compreensão das informações captadas pelos sentidos físicos; após compreendidos a imaginação encarrega-se de criar uma versão da realidade – o que Hobbes chama de ilusão – que é em seguida guardada na memória; a memória, para Hobbes, é o ato de recuperar essa versão da realidade – ilusão – anteriormente armazenada; por último constitui-se a experiência, formada pelo conjunto de nossas memórias.
Para Locke, a experiência direta com os fenômenos da realidade produzem conteúdo na consciência, ao qual Locke denomina “Ideias”. Esses conteúdos, que podem ser de natureza sensorial ou de natureza reflexiva, Locke dá o nome de “Ideias simples”. Os conteúdos de natureza sensorial são os captados dos fenômenos externo a partir dos sentidos físicos; já os de natureza reflexiva são conteúdos produzidos internamente a partir da reflexão e da criação de um sentido interno baseados na percepção de outros conteúdos já constituídos, tanto de natureza reflexiva, como também, principalmente, de natureza sensorial. À esse conhecimento produzido internamente à partir da composição de outros conteúdos anteriores Locke dá o nome de “Ideias compostas”. Enfim, a mente têm dessa forma, como matéria-prima, as coisas materiais externas como objetos da sensação e as operações da própria mente, como objeto de reflexão. Aos objetos materiais Locke dava uma atenção especial, distinguindo-os em possuidores de qualidades primárias ou secundárias. Os objetos com qualidades primárias eram aqueles que podiam ser observados independente do observador, características tais como: largura, altura, peso, posição, velocidade, etc. Essas qualidades, segundo Locke, seriam aquelas que a ciência poderia utilizar quando na verificação das Ideias, ou seja, qualidades com condições de caracterizar objetivamente os objetos. Já os objetos com qualidades secundárias eram aqueles que dependiam do observador, como por exemplo o cheiro, o sabor, a cor, etc, ou seja, incapazes de caracterizar objetivamente os objetos em virtude a imparcialidade do observador. Locke entretanto reconhecia que é possível dessa forma observar as características e o comportamento do objeto, mas não conhecer o objeto em si, tarefa qual ele atribuiu à “Metafísica”.
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