A DIALÉTICA DO ESCLARECIMENTO E O CAMINHO DA BARBÁRIE – Theodor W. Adorno e Max Horkheimer

 

 

CRÍTICA À RAZÃO PURA DE KANT

A ideia de Kant é que o mundo habitado e observado pelos seres humanos depende das qualidades da mente de quem observa, não existindo independentemente de quem observa.

Enquanto seres que observam o mundo, os indivíduos impõe certas características a toda a sua experiência. Causa e efeito, tempo e espaço são constituídos pelo sujeito que observa em vez de existirem no mundo, independentemente dos indivíduos.

A crítica da razão pura constitui, como o título sugere, um ataque à ideia de que só é possível descobrir a natureza da realidade por meio da razão. A conclusão de Kant chega é que o conhecimento resulta da experiência sensorial e de conhecimentos possuídos do indivíduo que observa, sendo uma condição inútil sem a outra. A razão pura não será capaz de fornecer a chave para o conhecimento da natureza última da realidade transcendente.

Kant defende um terceiro tipo de conhecimento (além das asserções analíticas ou empíricas de Hume): o conhecimento a priori sintético: se uma afirmação não for verdadeira por definição, é por que se trata de uma afirmação sintética (conhecimento que se reconhece ser verdadeiro independentemente da experiência).

As categorias em conjunto (12 incluindo a de substância e de causa e efeito) com as formas de intuição (espaço e tempo) são os tais óculos cor-de-rosa que todos devem usar para ter qualquer tipo de experiência que seja; mas não existem enquanto características do mundo independentemente de todos os sujeitos da experiência. São o resultado da contribuição de sujeitos conscientes, e não de características concretas da coisa-em-si ou do mundo numénico.

fonte: da obra “Grandes Livros de Filosofia” de Nigel Warburton

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